18/10/2016

Cerâmica Majólica


Maiólica ou majólica é o nome dado à faiança italiana do Renascimento, inspirada a princípio na tradição hispano-mourisca.




Os exemplos mais antigos desta arte datam do século IX em Bagdá. Por volta do século XI esta forma de arte floresceu e ceramistas islâmicos produziam peças ricamente decoradas. Tal como os comerciantes viajavam, também a cerâmica viajou através do norte da África, passando pela mourisca Espanha até à ilha de Maiorca. No início do século XIII, Maiorca foi um dos principais portos utilizados pelos navios comerciais que viajavam entre a Espanha e a Itália.





Confeccionadas na forma de diversos objetos utilitários (tais como pratos, tigelas, jarros, vasos e telhas) ou decorativos (esculturas e relevos) de tamanhos, formas e pesos bastante variados, as maiólicas são cerâmicas porosas e coloridas, de revestimento transparente ou opaco, adornado com reflexos metálicos. As principais cores são o azul (cobalto), verde (cobre), purpura e castanho (magnesio), amarelo (antimônio), laranja (antimônio e ferro) e branco (estanho)





Independentemente do seu lugar de origem, esta cerâmica foi importada para a Itália, através de Maiorca, chegou a ser referido como maiólica (Majolica em Inglês). Os italianos começaram então a criar e desenvolver esta arte.





O primeiro período histórico de Majolica italiana abrange parte do século XIV, bem como a maior parte do século XV. Durante este período, os objetos foram criados principalmente para fins utilitários com decoração baseada em motivos abstratos e geométricos. Os exemplares mais antigos provém da Sicília, mas desenvolveram-se em diversos centros de produção como em Faenza, Montelupo, Siena, Orvieto e Roma.





No século XV, Florença tornou-se o principal centro produtor, aliando os avanços técnicos do Renascimento à uma renovação estética do modelado e da decoração. No final do século XV, os retratos humanos tornaram-se muito populares. Pratos muito grandes chamados Piatti da Pompa, também foram pintados para homenagear uma celebridade ou uma conquista pessoal. Faenza, introduziu os temas historiados nas faianças.





O século XVI foi a idade de ouro de Majolica Italiana, foi uma explosão de novos designs, cores e técnicas mantidas nas oficinas de artesãos, que se encontravam completamente ocupados na realização de peças, para a nobreza e comerciantes ricos de toda a Europa. Nos mestres da época salienta-se Nicola da Urbino, Guido Durantino, Mestre Giorgio de Gubbio, Francesco Xanto Avelli, Orazio Fontana de Urbino e Mestre Domenigo de Venice.





No século XVI a Majolica foi desenvolvida como uma combinação perfeita entre a função e arte. Um exemplo é o Jarro Boticário, Albarello em italiano, usado nas farmácias para armazenar ervas, drogas, xaropes, pós e comprimidos. O outro exemplo importante é a criação de serviços de mesa Majolica. Estes serviços eram encomendados por famílias aristocráticas que queria impressionar os seus convidados tendo o brasão da família pintado em cada prato.





No século XIX, colecionadores particulares e museus começaram a recolher peças originais da Renascença e ajudaram a reavivar o interesse na maiólica renascentista tradicional.

Alguns dos principais centros de produção (por exemplo Deruta e Montelupo) ainda produzem maiólica, que é vendida para todo o mundo.





A pitoresca cidade de Deruta é considerada a capital mundial da cerâmica Majolica e é também um dos centros mais nobres e antigos da produção de cerâmica.





A cerâmica maiólica,tem sido apreciada por muitas pessoas e por muitos artistas como por exemplo Picasso. A razão principal, deve-se provavelmente, ao facto do processo criativo de fazer maiólica continuar a ser o mesmo que era há 500 anos. O oleiro pode agora ter uma roda elétrica, em vez de empurrar um pedal. Os fornos de queima de madeira foram substituídos por fornos elétricos, mas todo o trabalho de criar uma peça maiólica contínua a seguir a mesma tradição antiga, especialmente a pintura à mão, onde a qualidade e arte define uma verdadeira peça maiólica.

Fontes: Wikipedia; http://www.biordi.com/history-of-majolica.php; http://www.italianmajolica.com/;http://www.artistica.com/Majolica_History.htm; outros





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